Era uma espécie de régua de plástico transparente. Trazia umas rodelas, também de plástico, de formas e tamanhos diferentes. Colocavam-se sobre o papel, e colocava-se a ponta do lápis no buraco central das rodelas. Girava-se o lápis sobre o papel, com mais ou menos força, amparando a amplitude do movimento nos limites da régua, e consoante o tamanho e formato da rodela formavam-se desenhos concêntricos, em forma de flores, estrelas, alguns semelhantes a estruturas atómicas.
De repente lembrei-me disto e senti que tinha de voltar a ter uma coisa destas. Fui à Papelaria Fernandes. O empregado primeiro disse com ar conhecedor que se tratava de um pantógrafo, mas depois franziu a testa: Não, espere... já sei, já sei do que fala. Lembro-me disso, mas nunca mais vi, desde que era pequeno. E sorriu com ar cúmplice.
Da próxima vez que for à
escola abandonada, já sei o que vou procurar.