Quarta-feira, 25 de Maio de 2005
Anita vai de férias
Volta na segunda quinzena de Junho, com a grata e honesta sensação do dever cumprido e totalmente disponível para as fabulosas aventuras que seguramente a esperam este Verão.
Segunda-feira, 23 de Maio de 2005
Por vezes basta-me isto como explicação do mundo
O CASTELO DE CHUCHURUMEL
Aqui está a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o gato
Que comeu o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o cão
Que mordeu o gato
Que comeu o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o pau
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o lume
Que queimou o pau
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está a água
Que apagou o lume
Que queimou o pau
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o boi
Que bebeu a água
Que apagou o lume
Que queimou o pau
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está o carniceiro
Que matou o boi
Que bebeu a água
Que apagou o lume
Que queimou o pau
Que bateu no cão
Que mordeu o gato
Que comeu o rato
Que roeu o sebo
Que unta o cordel
Que prende a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
Aqui está a morte
Que levou o carniceiro
E que entrega a chave
Que abre a porta
Do castelo
De Chuchurumel.
(de Lenga-lengas, recolha e selecção de Luisa Ducla Soares, Livros Horizonte)
Alegria, alegria
Uma alma bondosa avisou-me há dias que estava prestes a ser lançado em Portugal o DVD do
Verão Azul. Já cá está, e já assegurei que vou recebê-lo no meu aniversário. Para já, para já, é possível rever o
genérico inicial no site da FNAC (mas creio que só funciona em certo browsers, ou é preciso ActiveX, ou qualquer dessas coisas esquisitas).
Domingo, 22 de Maio de 2005
En garde!
Eu era só para dizer ao xôr Manuel do
Quartzo, que tem algumas dúvidas de origem obscura quanto ao meu nick galinhola (clap! clap! clap!) que no Photomaton & Vox há um texto intitulado, precisamente,
galinhola. TOMA!
Coisas que eu gostava de conseguir fotografar
Os bigodes perdidos das minhas gatas que por vezes encontro pelo chão.
Sexta-feira, 20 de Maio de 2005
O meu novo pequeno vício diário
Google Maps. Esta é a imagem de satélite de Abiquiu, Novo México, onde Georgia O'Keeffe viveu (copyright da imagem: 2005 Digital Globe, EarthSat)
vspace=10>
Georgia O'Keeffe: Pelvis III
hspace=4 vspace=4>Quando comecei a pintar as ossadas da pélvis estava mais interessada nos buracos dos ossos - o que eu via através deles - particularmente no azul que captava quando as segurava viradas para o sol, contra o céu, como qualquer pessoa pode fazer, quando parece que há mais céu que terra neste mundosize=1> (texto retirado da edição da Taschen/Público, por sinal em péssima tradução e sem indicação de fonte.)
Quinta-feira, 19 de Maio de 2005
A hora das flores comestíveis
Informação útil e interessante no
Lifecooler sobre flores comestíveis. E eu que já comi uma pétala de lírio... Agradou-me o programa de Serralves sobre o assunto.
Quarta-feira, 18 de Maio de 2005
Modo citação: Lucille Clifton
song at midnight
... do not
send me out
among strangers
- Sonia Sanchez
brothers,
this big woman
carries much sweetness
in the folds of her flesh.
her hair
is white with wonderful.
she is
rounder than the moon
and far more faithful.
brothers,
who will hold her,
who will find her beautiful
if you do not?
won't you celebrate with me
what I have shaped into
a kind of life? i had no model.
born in babylon
both nonwhite and woman
what did i see to be except myself?
i made it up
here on this bridge between
starshine and clay,
my one hand holding tight
my other hand; come celebrate
with me that everyday
something has tried to kill me
and has failed.
(retirado da antologia The Erotic Spirit, ed. Sam Hammil, Shambhala)
Uma concha de flores
Após alguns dias de ventania impune, Lisboa parece ter acalmado. Alertada por uma mensagem lida já não recordo onde, desci a avenida D. Carlos em busca dos jacarandás em flor. É ainda só uma penugem lilás, lá no alto, cujo sinal mais visível são as flores caídas no chão. Enchi uma mão côncava de flores e levei-as assim, destapadas, até à estação de Santos, à mercê do vento, a testar a meteorologia. Nem uma voou ao longo de toda a rua. Só ao virar a esquina, no largo Vitorino Damásio, uma delas se escapou, mas fiz batota e voltei a apanhá-la. As flores têm um interior abaulado e minúsculos mosquitos ou piolhos, não consigo perceber bem o que são. Lembrei-me de em pequena cheirar as pequenas rosas-chá da minha avó para descobrir que há insectos dentro das flores, bicharocos negros e aguçados por entre a cama macia e densa das pétalas. Ainda hoje cheiro essas flores e as espreito, mais à procura dos bichos que com medo deles.
As flores de jacarandá vieram, na palma aberta da minha mão, azuis e com bichinhos.